quarta-feira, 20 de julho de 2011

Pesquisa mostra valorização dos salários de empregados domésticos


Fonte Jornal Nacional
Rede Globo
A pesquisa mensal do emprego, feita pelo IBGE, mostrou mudanças no mercado de trabalho no Brasil.
Os números gerais apontam para queda do desemprego nas seis principais regiões metropolitanas em junho. A taxa ficou em 6,2%, a menor para o mês desde 2002. Mas na reportagem de José Roberto Burnier você vai ver que a renda do empregado doméstico tem crescido bem mais do que a média.
Elas não estão atrás de emprego apenas. Elas escolhem onde vão trabalhar. “Tem várias propostas que eu já arrumei para dormir. E eu não aceitei porque não dá para dormir”, conta a doméstica Eladia Moreira da Silva.
Trabalhar como caseiro, babá e faxineira que dorme na casa do patrão está cada vez mais bem atrativo. Os chamados trabalhadores do serviço doméstico tiveram aumento no salário de quase 10% em um ano, segundo o IBGE, muito acima dos profissionais da indústria, professores e mais que o dobro da média de outras categorias.
“O salário, especificamente de empregado doméstico, que era bem abaixo da média da sociedade, começa a se aproximar agora e eu vejo que isso é uma tendência que vai continuar nos próximos anos. Em outros países mais desenvolvidos que o Brasil isso já acontece”, avalia o economista Fabio Romão.
Quem entende do assunto explica que esse aumento real nos salários dos empregados domésticos acima da média ocorre nem tanto porque os patrões ficaram mais bonzinhos. E, sim, porque muitos desses profissionais estão partindo para outras atividades, menos pesadas e mais seguras.
Em apenas um ano, 69 mil mudaram de profissão. O destino é principalmente o comércio, com carteira assinada e todos os benefícios.
“Elas preferem hoje trabalhar em uma empresa, para ter seguro-desemprego, fundo de garantia e ganhar, de repente, um pouco menos do que trabalhar sem jornada de trabalho estipulada, sem fundo de garantia, sem seguro-desemprego”, explica a coordenadora de recrutamento Eva Galvão.
Elas estão mudando até o jeito do trabalhar. Maria só quer patrão aos fins de semana. E, pelo visto, cliente não falta. A primeira proposta ela recusou. “Dessas três entrevistas eu vou escolher uma. Se Deus quiser, amanhã saio empregada”, diz.

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