quarta-feira, 25 de julho de 2012

A crise da Europa e não do Brasil

Nota do professor aposentado Antônio Motta que continua ativo no movimento aos 93 anos.


A crise da Europa e não do Brasil

Os países da área do “euro” estão em crise econômica. Os Estados Unidos da América, um país poderoso e rico do mundo também está em crise financeira. A Inglaterra não faz parte do sistema econômico do resto da Europa, mas está em recessão.
Tudo leva a crer que o jornalista Ayrton Maciel, depois uma análise criteriosa dessa crise econômica, conclui que o capitalismo está no fim. Talvez, o que viria, com o término, seria o socialismo, penso eu.
Alguns países do grupo do “euro”, ainda querem sustentar o sistema capitalista ajudam os seus associados europeus, como a Grécia e outros, emprestando uma quantia monetária considerável, a fim de debelar a crise econômica desses países, no entanto, exigem regras econômicas rígidas, ocorrendo que o país em crise começa a demitir funcionários públicos, as indústrias também demitem, aumentando os impostos e outras restrições.
Querem debelar a crise econômica com a fome e miséria da população, a qual se revolta e faz oposição ao governo, passeatas, etc. Desta maneira jamais será alcançado o objetivo, o qual é o saneamento econômico dos países em crise.
No inicio desta crise econômica da Europa, temendo que suas consequências pudessem afetar o Brasil, nosso presidente estimulou a população a consumir, aumentando assim o bem estar do povo, e não contra o povo, como fizeram os parceiros europeus.
Neste caso o nosso país não sofreu, praticamente, os efeitos da crise da Europa.
Eu sou professor de medicina aposentado da UFPE, estou passando por uma crise financeira braba, porque sua Excelência, a presidente Dilma, embora esteja fazendo um ótimo governo em outras áreas deixou os professores de fora. Temos que entender que os professores são os formadores das elites.
Em 1930, a Coréia do Sul estava em pé de igualdade com o Brasil, no que concerne ao atraso na educação. Aquele país não fez uma simples reforma na educação, mas uma verdadeira revolução na educação, preparando os jovens para as universidades. Hoje a Coréia do Sul está para ser integrada aos oito países mais ricos do planeta. E o Brasil pouco ou quase nada tem feito na educação e o resultado é o atraso em comparação a Coréia do Sul.
Ocorre que durante a ditadura militar eu fui preso três vezes. O “camburão” só ia me buscar de madrugada, portanto, passei pelos mesmos dissabores da presidente Dilma, em nome dessas ocorrências fatídicas para ambos, peço a presidente Dilma que aceite as nossas reivindicações, hoje já estou com noventa e três anos e basta do sofrimento da era da Ditadura Militar.
Não entendo como o padrão do salário do professor universitário apresenta uma distância  astronômica do que ganha um juiz, o qual vai acima de R$ 20.000,00, o que acho  bem merecido. No entanto o professor de direito foi o mestre do futuro juiz nos mundos da lei, id est, se não houvesse professor de direito, também não haveria juiz. Impõe-se uma consequente reestruturação do salário do professor universitário.

Prof. Antônio Motta Barbosa, 93 anos.
Sócio da ADUFEPE-SSIND
Professor Aposentado de Patologia Geral da UFPE