quinta-feira, 21 de julho de 2011

Série Aula de Vida

“A aposentadoria para alguns, como eu, é algo doloroso, pois, nos põe distante da juventude, que sempre nos ajuda a rejuvenescer”
José Amaro Santos
Docência - A melhor maneira que temos para enviar focos de luminosidade sobre os mais jovens
Vida – Luz eterna
UFPE – Centro de luminosidades. O saber sem limites
Docência – Um prêmio à boa cidadã e ao bom cidadão
Educação – O melhor meio de emancipar os povos
Brasil – Minha pátria amada, da qual sou uma coluna
Aposentadoria – um sepulcro, para quem deseja estar permanentemente ativo e iluminado.


        por Suara Macedo
         Esta semana o Aula de Vida homenageia um professor e músico que conhece muito bem as notas da canção feita pela Universidade Federal de Pernambuco. Canção para qual ele buscou e ensinou harmonia, e que só pôde ser composta através da união. José Amaro Santos da Silva fundou e dirigiu três grupos corais na UFPE. O Coral Universitário no antigo Departamento de Extensão Cultural, o Coral do Centro de Artes/UFPE e a Schola Cantorum Pe. Jaime Diniz. Também implantou a Banda Sinfônica Juvenil Pernambucana, em 1975, na Escola Cônego Jonas Taurino, da rede Estadual de Ensino de Pernambuco.
            São muitas as vozes que se uniram ao ritmo do professor Amaro. Dessa banda existem cerca de 1.500 profissionais músicos nas bandas civis, militares federais em todo o Brasil inclusive nas Orquestras Sinfônicas do Recife e de Sergipe.  Entre as suas publicações está o livro De Música e Músicos, composto por ensaios que discorrem sobre a história da música local e nacional e outros aspectos. 
            José Amaro ingressou na universidade como estudante da Escola de Belas Artes em 1972. Em 1981 prestou concurso e foi efetivado como Professor da disciplina de Canto Coral.  Em 1986, cursou o mestrado em música no Conservatório Brasileiro de Música, no Rio de Janeiro. Voltando ao Departamento de Música da UFPE, em 1988 ,quando passa a ministrar as disciplinas de Canto Coral, Folclore Musical Brasileiro e História da Música Brasileira e Européia.  
             Aposentou-se recentemente, em 2009, com o sentimento de que ainda não estava na hora. “A aposentadoria, para mim, foi uma experiência dolorosa, pois, desejava permanecer, principalmente para atender a vários acadêmicos nas suas pesquisas em musicologia e em Etnomusicolgia”. Diz o professor saudosista, que se lembra do início do grande coral no Centro de Artes e Comunicação. “Fizemos memoráveis apresentações aqui no Recife no Teatro de Santa Isabel, em Maceió-AL, São Cristóvão-SE, em várias cidades do interior de Pernambuco, quando desenvolvemos projetos de interiorização do canto coral, especialmente em Caruaru e em Limoeiro, em São Luiz-MA ,  João Pessoa-PB e Natal-RGN ” , conta José Amaro.
            Sem dúvida ao se aposentar ele não deixou de ser professor. Ainda é possível ouvir o som de sua vida que é uma bela música para os que por ele foram instruídos. Mas a saudade é inevitável. “Sinto muita falta do convívio com meus alunos. A aposentadoria para alguns, como eu, é algo doloroso, pois, nos põe em uma vala comum e distante da juventude que sempre nos ajuda a rejuvenescer. Acho que o governo federal deve rever a questão da aposentadoria compulsória, deixando uma opção àqueles que desejem estarem próximos de seus discípulos, como preceptores, pois, um professor, quanto mais idoso, mais apto está a distribuir conhecimentos a uma juventude ávida por saber mais”.
Principais Obras:
Música e Ópera no Santa Isabel (Subsídio para a História e o Ensino da Música no Recife). Trabalho de musicologia histórica construído a partir de uma Dissertação de mestrado, apresentada e defendida, em 1991, no Conservatório Brasileiro de Música, no Rio de Janeiro. Transformado em livro e publicado pela Editora Universitária da UFPE, em 2006.
O Fascínio do Candomblé. Ensaio músico-folclórico sobre a herança negro-africana no Brasil, publicado pelo Departamento de Cultura da Secretaria de Educação e Cultura do Estado de Pernambuco, em 1978.
De Música e Músicos. No Prelo da Editora Universitária da UFPE. Contém ensaios biográficos; história da música brasileira e universal; história da música no Recife; Análise histórico-musical da estruturação; psicopedagogia da regência musical; além de críticas.
Disco:
Suíte Afro-recifense. Composição musical com base em cânticos autênticos captados nos salões de candomblé em Pernambuco, gravada pelo grupo musical KORIN ORISHÁ, a partir de um projeto apresentado ao Sistema de Incentivo à Cultura do Conselho de Políca Cultural da Prefeitura do Recife.
Corais:
Fundou e dirigiu três grupos corais na UFPE. O Coral Universitário no antigo Departamento de Extensão Cultural, o Coral do Centro de Artes/UFPE e a Schola Cantorum Pe. Jaime Diniz.
Banda de Música:
Fundou e implantou a Banda Sinfônica Juvenil Pernambucana, em 1975, na Escola Cônego Jonas Taurino, da rede Estadual de Ensino de Pernambuco. Dessa banda existem cerca de 1.500 profissionais músicos nas bandas civis, nas bandas militares federais pelo Brasil e estaduais e nas Orquestra Sinfônicas do Recife, na Orquestra Sinfônica de Sergipe, na Suíça e na Espanha.

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