quinta-feira, 30 de junho de 2011

Garibaldi quer fim do fator previdenciário que "lesa" aposentado

O ministro da Previdência, Garibaldi Alves, acredita que uma mudança nos critérios para concessão do benefício da Previdência é essencial para estabilização das contas da instituição. O pemedebista admite que o fator previdenciário faz com que as pessoas se sintam “lesadas” no seu direito de receber o benefício integral, para o qual contribuíram. E considera que a proposta de aumentar a idade mínima para a concessão do benefício não tem “viabilidade política”. Garibaldi acredita que qualquer mudança só será possível com a recuperação da credibilidade da Previdência.

A seguir, os principais trechos da entrevista concedida pelo ministro ao programa Brasília ao Vivo, da TV Record.
R7 – Elevar a 65 anos a idade mínima para a aposentadoria é uma idéia que tem viabilidade política? 
Garibaldi Alves– No momento, não. 
R7 – O senhor admite que não? 
Garibaldi Alves – Eu admito que não. Isso está sendo discutido, nesse primeiro momento, por determinação da própria presidenta Dilma Rousseff. Está sendo debatido com as centrais sindicais e com as confederações dos aposentados. 

O que nós queremos oferecer ao previdenciário é o que eu acredito que seja o sonho de qualquer um aposentado, de qualquer um que vá se ver diante da sua aposentadoria, é a eliminação do fator previdenciário. Esse mecanismo reduz a sua aposentadoria na medida em que você se aposenta mais cedo, uma redução que às vezes chega a 40% [do que se deveria receber]. Ora, nós precisamos encontrar uma maneira mais transparente, mais clara de fazer com que as pessoas se aposentem e não se sintam assim tão lesadas como se sentem hoje por esse fator previdenciário. 
R7 – Então, o aumento da idade mínima não é um mecanismo com o qual se possa contar? 
Garibaldi Alves – Não. O mecanismo está sendo discutido. Se eu disser a você que isso está consolidado, eu não estaria dizendo a verdade. 
R7 – Há uma rejeição grande, não é? 
Garibaldi Alves – Há, há rejeição, há resistência, justamente porque enquanto a Previdência não se credenciar, não se mostrar robusta, as pessoas não vão acreditar nela. O que eu lhe digo é o seguinte: a [mudança da] idade mínima é muito temida porque, na verdade, as pessoas acham que se a aposentadoria é baixa, um grande número de pessoas - e nós não podemos tapar o sol com a peneira - se aposenta mais cedo, e aí continua a trabalhar, porque a aposentadoria não lhes dá segurança de vida. E você dizendo que vai realmente elevar idade mínima, as pessoas vão dizer: “olha, se eu continuar com isso que eu recebo, vou trabalhar até quando e como?”. 
R7 – A recuperação da credibilidade da Previdência depende da recuperação de suas contas? 
Garibaldi Alves - Se você me pergunta como essa aposentadoria poderá melhorar, [eu diria que] poderá melhorar na medida em que nós tivermos um maior número de pessoas incluídas na Previdência, gerando assim uma maior receita previdenciária. 

A Previdência tem isenções fiscais que são dadas a determinadas entidades que concorrem na contabilização da Previdência para um déficit de 43 bilhões de reais. Se arrumarmos melhor essas contas, quem sabe se nós não poderemos oferecer melhores condições aos aposentados? É isso o que eu estou procurando fazer. 

(da RecordNews)

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