quinta-feira, 9 de junho de 2011

Brasileiro não pensa no futuro

Reportagem principal do Diario de Pernambuco - 09 - 06 - 2011

ROSA FALCÃO 


Pesquisa mostra que 60% dizem achar importante ter dinheiro para velhice, mas não economiza

 RAFAELA TABOSA/ON/D.A PRESS
Os brasileiros estão despreparados financeiramente para a aposentadoria. É o que revela o estudo do HSBC sobre “O futuro da aposentadoria”, realizado com 17 mil pessoas de 17 países, sendo 1.027 no Brasil. Os resultados mostram que 60% dos entrevistados acham que é importante ter dinheiro suficiente para viver quando se aposentar, mas apenas 43% afirmaram se sentir devidamente preparados e com dinheiro no bolso para pendurar as chuteiras. O mais preocupante é que um quarto das pessoas não sabe qual será a sua principal fonte de renda e 10% presumem que o rendimento do trabalho vai sustentá-lo na velhice. 

Mesmo sem planejar a vida financeira para a fase da aposentadoria, o brasileiro, em geral, é um otimista. Apenas 17% dos entrevistados acham que terão dificuldades de sobrevivência quando se aposentar. Por outro lado, 29% dos entrevistados consideram que terão mais liberdade, 26% satisfação e 26% sabedoria. “O resultado da pesquisa mostra um paradoxo: a maioria das pessoas não faz a conta como vai viver no futuro, quanto precisa ter para manter o padrão de vida, mas acha que vai se dar bem”, comenta Fernando Moreira, presidente-executivo da HSBC Seguros. 

De acordo com o executivo do HSBC, a média global dos países pesquisados mostra que 56% das pessoas acham importante se preparar e planejar a aposentadoria, enquanto no Brasil essa média cai para 48%. Segundo Moreira, a principal desculpa do brasileiro é a falta de dinheiro para fazer um plano de aposentadoria. Ele cita o exemplo dos países asiáticos, onde as pessoas de renda mais baixa reservam parte da renda do trabalho para a sobrevivência no futuro. 

O que fazer para mudar a cultura e o brasileiro planejar a sua aposentadoria? Para o executivo do HSBC a primeira providência é o governo introduzir a educação financeira nas escolas desde o primeiro grau. Ele veste a carapuça e diz que as instituições financeiras precisam sair da dinâmica de venda do produto e passar a orientar os clientes para planejarem a sua vida financeira. Além disso, as empresas têm o papel de educar financeiramente os seus funcionários. 

Como investir

Previdência privada, fundos de ações, caderneta de poupança, tesouro direto, compra e aluguel de imóveis. Há um leque tipos de investimentos para todos os gostos e bolsos. “Depende do apetite de risco das pessoas. Para começar, todos deveriam ter uma previdência privada como forma de estruturar a aposentadoria e diversificar com outros tipos de investimentos”, recomenda Moreira.

Ele lembra que a pesquisa mostra que a aposentadoria não é assumida como o fim de linha, mas como um novo momento na vida das pessoas. Por isso é importante estabelecer objetivos de curto, médio prazo e longo prazo, compreender a atual situação financeira e ter um plano financeiro para atingir as suas metas. E o mais importante: executar o plano e revisá-lo a cada ano.

PEDROM/DP



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