" A história da universidade depende da história do Professor"
Ignez de Rêgo Barros
Ignez de Rêgo Barros
por Suara Macedo
Ela viu a UFPE nascer, crescer e
frutificar. Ainda hoje, com 86 primaveras vividas (as quais tem muita alegria
em anunciar), a professora Ignez Rabello de Rêgo Barros participa da Adufepe, seja
dando o seu voto nas eleições, seja participando das assembleias gerais. Para
ela nada disso é novidade. Ignez presenciou as primeiras assembleias da Adufepe
em 1979, quando a entidade surgiu – “Se você olhar as primeiras atas das
reuniões, verá que o meu nome está escrito” garante a professora.
Aposentada
desde 1991, professora da UFPE desde 1969 ela tem muito a compartilhar. Durante
esses anos atuou no departamento de Letras da UFPE, ensinando francês (tradução
e prática de ensino). Para firmar sua história de educadora foram muitos os
obstáculos a vencer. Aos 20 anos de idade ela já estava graduada em Letras pela
Faculdade Frassinetti do Recife (Fafire). Numa época em que “mulher não tinha
vez” Ignez também se graduou em direito na faculdade que é símbolo da
emancipação brasileira. “Em minha turma na Faculdade de Direito do Recife,
havia 116 rapazes e 4 moças”, recorda. Diante do contexto machista, ela não
seguiu a carreira jurídica, “Não cheguei a advogar porque naquele tempo mulher não
tinha vez, as pessoas não confiavam nas mulheres”.
Mas a ela foi confiado o
ensino da lingua dos filósofos e acadêmicos. O primeiro ofício de Ignez foi
ministrar aulas de latim na escola Sagrada Família. Em 1951, recebeu uma bolsa de estudos e
partiu para Paris, onde se especializou em francês e língua estrangeira para
professores na Sorbonne.
Começou a dá aulas na Universidade
Federal de Pernambuco em 1969. Foi fundadora da Associação dos professores de
Frances do Recife.
Embora tenha atuado todos
esses anos na educação superior, a professora acredita que o mais importante
está nas séries iniciais. “Eu acho que educação vem de base. Se o professor
primário não for preparado não haverá avanços. Deveriam cuidar mais da educação
primária, incluindo o salário do professor” protesta.
Com este sentimento de fé
e esperança no ensino básico a professora Ignez Rabello escreveu sua história
nas páginas da UFPE. Para ela as
histórias se entrelaçam “A história da universidade depende da história do
professor”.
Muito orgulho de ser neta de Dona Ignez. Quando me perguntavam se eu tinha algum ídolo, desde pequena dizia serem meus pais e minha avó. Um exemplo de mãe, irmã, avó, professora e mulher. :)
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