quarta-feira, 6 de junho de 2012

DECADÊNCIA URBANA

artigo de Azuos Sabraj



A Cidade do Recife, terceira capital do país, considerada a Veneza Brasileira, carrega consigo alguns problemas que se tornaram crônicos, em razão da falta de gestão competente e de preocupação com a qualidade de vida dos contribuintes que pagam uma exorbitância de impostos.
Temos uma cidade envelhecida com problemas sérios de saneamento básico e infraestrutura. Como as fachadas das edificações de grande porte, que representam a fase áurea da cana de açúcar, carcomidas pelo tempo sem restaurações que a tornem dignas de apreciação pelo turista.
No entorno do campus universitário da UFPE, por exemplo, temos absurdos nunca vistos. Nada contra quem lá se encontra comercializando informalmente. Podemos enumerar o que nos deixa estupefato:
As calçadas ocupadas com o comércio informal e os transeuntes disputando a rua com o tráfego de ônibus e automóveis, correndo o risco de serem atropelados;
Os possíveis espaços de calçadas que ainda restam esburacadas, desniveladas que não estimula em nada andar por ela;
No entorno da UFPE, tem até lava-jato, oficina de caminhão e como se não bastasse a ocupação da calçada e do acostamento, caminhões-carreta com mais 20 metros, estacionam quase todos os dias, inviabilizando o transporte coletivo e particular;
As sextas-feiras, uma das ruas do entorno da UFPE – Arthur de Sá, fica quase totalmente obstruído em frente ao Bar da Kely, com uma concentração de estudantes aos quais ali se misturam também toda sorte de mal educados, o que deixa os proprietários dos automóveis assustados e até mesmo correndo riscos de violências;
Ao lado do Hospital Universitário, na Rua Arthur de Sá bem na face que dá para a Av. Prof. Moraes Rego, o espetáculo deplorável é ainda mais grave, pois em se tratando de uma unidade de saúde, ali temos toda sorte de falta de higiene que vai de alimentos preparados sem o menor controle de saúde, ratos e baratas que ao anoitecer se apropriam dos restos de alimentos que por ventura são jogados ao chão;
Em frente ao prédio do CFCH, não é diferente, o espaço que deveria ser para as pessoas esperarem os coletivos, este repleto de pequenas lanchonetes e outros tipos de comércios informais, empurram as pessoa para o acostamento e os ônibus param no meio da avenida. Em dias de chuva, as pessoas levantam as vestes e tiram os sapatos provocados pelo alagamento crônico, para poderem subir ao ônibus. Em meio a todos esses inconvenientes, os transtornos dos engarrafamentos;
Há de se compreender que com tantas mazelas, os moradores da CDU, com certeza estão sujeitos a todo risco epidêmico: leptospirose, dengue e outras doenças, decorrentes da falta de higiene e intervenção da vigilância sanitária.
Ora se calçada não fosse para pedestre certamente não existiria. Imagine uma pessoa idosa, deficiente ou gestante disputando a rua com os veículos, considerando que: de um lado das ruas, ocupadas com comércio informal, o outro lado com trechos em desníveis irregulares, contrariando totalmente o direito da acessibilidade das pessoas.
É impressionante como uma cidade considerada região metropolitana, pólo de grandes hospitais de referências como é o caso do hospital das clinicas da UFPE, possui tantas mazelas algumas delas vem se arrastando há décadas.
Entretanto, todos esses problemas que são vivenciados no entorno a UFPE, podem ser solucionados sem, contudo prejudicar os comerciantes informais. Bastaria que viabilizassem um projeto de padronização do que lá existe com todos devidamente cadastrados, dentro dos parâmetros de saúde pública, respeitando-se o direito de ir e vir das pessoas.
Não basta só resolver ou maquiar os problemas apontados, deve haver fiscalização, evitando assim novos focos ou inchação do que já existe, considere ainda que todo esse percurso leva ao museu do Instituto Ricardo Brennand – que belo cartão postal.  
Urge, portanto, que essas mazelas sejam sanadas para que o Recife volte a ser uma cidade transitável, mostrando a beleza veneziana da grande metrópole.

Nenhum comentário:

Postar um comentário